terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Notas sobre Os Desafios da Educação não-Ioschpiana Gustavo Ioschpe Por: G.O Canarim “Um fantasma ronda o mundo, é o fantasma do progresso.” Pude ter o desprazer de ouvir a palestra, leia-se: falaciosa falação, do Senhor Ischpe, no 23 de Novembro próximo passado, no auditório da ACIC, o evento parece ter acontecido em razão do “esforço” dos “dirigentes” em “melhorar” o nível da educação Criciumense, Catarinense, Brasileira, e se deixarmos eles salvarão o mundo também. Eu estive presente em razão do GEFOCS e da minha expectativa, sempre malbaratada, de que algum bom senso se manifestasse como um réstia de esperança para o presente e futuro do sistema de ensino, do qual eu faço parte e provavelmente farei por alguns anos ainda. Qual não foi minha surpresa de dar comigo a ouvir um “economista da educação” que muito se orgulha de sua “objetividade”, dos seus “dados quantificáveis”, seus gráficos de barras coloridas e suas referencias inexistentes e invisíveis. Durante a palestra Gustavo fez questão de salientar que sua pesquisa não estava de maneira nenhuma ligada ou relacionada com qualquer escola teórica ou com “o que fulano de tal disse sobre isso”, mas tinha como escopo aquilo que fosse quantificável no assunto educação. Por meio dessa ingenua premissa, da aparência cientifica, racional e objetiva, herdeira de um paradigma cartesiano cujo fruto maravilhoso é a nossa sociedade de campos de trabalho escravo ou análogo, ele pretendeu erguer-se como arúspice dalguma certeza séssil em relação a uma área cuja realidade ele patentemente mostra não entender quiça analisar, colocando-se em um lugar de onde não pode apontar, sugerir, muito menos predizer qualquer coisa. Alem disso ele não mostrou nenhuma novidade em relação ao tema com o seu bordão “a educação é um problema sistêmico”, ora Comenio já disse isso a mais de trezentos anos, o que mostrou, e me pareceu novidade em minha ingenuidade, foi o descaramento do monopólio que nem se da mais ao trabalho de escamotear o seu “telos” mergadorisador de tudo, explico, os grandessíssimos e excelentíssimos senhores gestores, diretores, presidentes, mandantes, mandatários seja o que for, realmente querem a toda proa enfunar as velas do seu empreendedorismo, crescimento econômico, progresso, com o folego vital do que chamam de “recursos humanos”, e temos de achar isso muito bom, felicitemo-nos pelo avanço técnico que nos vai proletarizar a todos. Desculpem- me se não consigo restar silente ante a tal vitupério, se me não calo frente a esse escarnio. Não há mesmo nenhum problema em por dinheiro e empenho na tecnocracia, no desenvolvimento técnico e tecnológico, é claro que isso traz condições objetivas mais elevadas e maiores níveis de consumo, mas considerar isso como melhor para a qualidade de vida é regredir ao discurso moderno da revolução cientifica que, malfadada, nunca chagou a realizar-se.

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